Rim e coração são órgãos essenciais à vida humana. Ambos trabalham em conjunto e quando um apresenta uma redução na sua função, prejudica o desempenho do outro. Na prática, isso quer dizer que uma doença renal pode favorecer o desenvolvimento de uma doença cardíaca e vice-versa.
Neste artigo, explicamos melhor a ligação entre rim e coração. Vejam, também, quais medidas favorecem a saúde dos órgãos e do organismo como um todo. Continue a leitura e fique por dentro!
Como é a incidência das doenças renais?
De acordo com a organização internacional World Kidney Day, estima-se que 10% da população mundial apresenta alguma doença renal crônica (DRC), as quais são progressivas e irreversíveis. Portanto, cerca de 850 milhões de pessoas ao redor do mundo têm nefropatias que, se não tratadas, podem ser fatais.
Somente no Brasil, há em torno de 10 milhões de indivíduos com alguma disfunção no órgão. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN),o número de brasileiros com DRC avançada, que necessitam de diálise, é crescente, ultrapassando 140 mil pacientes. Entre os fatores que podem levar à insuficiência renal crônica, destacam-se:
- doenças cardiovasculares;
- hipertensão arterial;
- diabetes;
- obesidade;
- tabagismo.
Para saber mais a respeito, leia: O que leva à insuficiência renal
Qual é a função dos rins e do coração?
Os rins têm diversas funções no organismo, sendo a remoção de resíduos e do excesso de água as principais. Cabe a eles, também, controlar a pressão arterial. Portanto, se apresentarem alguma deficiência, isso pode afetar o coração.
Por outro lado, o coração funciona como uma máquina que bombeia todo o sangue do organismo, o qual passa pelos rins, para ser filtrado. Logo, se ele não funcionar bem, o desempenho dos rins é prejudicado.
Qual é a ligação entre rim e coração?
Para compreender melhor qual é a ligação entre rim e coração, é importante entender, de forma detalhada, a função de cada um desses órgãos vitais. Como mencionado, o coração funciona como uma bomba que trabalha de forma cadenciada e contínua para direcionar o fluxo de sangue a todas as artérias.
Isso garante que haja irrigação e oxigenação para o organismo. Já os rins têm a função de filtrar o sangue bombeado pelo coração, para retirar as impurezas presentes na circulação e, também, controlar a pressão arterial.
Quando o coração apresenta alguma deficiência, ele não consegue bombear, devidamente, o sangue para o organismo. Isso, por sua vez, impede que os rins exerçam por completo a sua função, a qual é essencial para o bom desempenho cardíaco.
Por outro lado, as insuficiências renais, geralmente, fazem os rins aumentar a produção dos hormônios que controlam a pressão arterial. Como isso exige que o coração trabalhe mais, consideram-se esses quadros como um fator de risco para a saúde cardíaca.
Sendo assim, pode-se dizer que condições deficitárias do coração podem atingir os rins e vice-versa. Trata-se da chamada síndrome cardiorrenal.
Mas, o que é a síndrome cardiorrenal?
A síndrome cardiorrenal, como o nome sugere, envolve o rim e coração. É um termo bem amplo que abrange diversas condições que podem estar relacionadas aos dois órgãos.
Como explicado, uma disfunção em um deles pode prejudicar o desempenho e provocar insuficiência no outro. Ao mesmo tempo, é importante considerar que o tratamento terapêutico aplicado a uma doença renal, por exemplo, pode levar à insuficiência do coração (ou vice-versa). Por isso, é imprescindível que o acompanhamento dessas condições seja multidisciplinar.
Quais são os riscos envolvidos?
A insuficiência renal faz com que o organismo acumule toxinas que deveriam ser filtradas pelos rins. Além disso, ela também provoca a calcificação dos vasos sanguíneos, um importante fator de risco para o infarto.
Já quem apresenta distúrbios ou doenças cardiovasculares tem maior tendência a desenvolver quadros de:
- trombose cerebral;
- obstrução das artérias;
- doença vascular renal;
- entre outras enfermidades.
Sabe-se que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de óbito em pacientes que realizam diálise. Da mesma forma, pessoas com problemas cardíacos apresentam risco considerável de desenvolver insuficiência renal.
Em suma: pacientes renais têm maior probabilidade de desenvolver alguma doença cardíaca e pacientes cardíacos possuem maior risco de desenvolver doenças renais. Esses riscos, vale destacar, são ainda maiores para quem tem pressão alta — por isso, a prevenção é sempre a melhor forma de cuidar do rim e coração.
Então, como manter rim e coração saudáveis?
Como vimos, rim e coração dependem um do outro para desempenhar suas funções adequadamente e um problema em um órgão pode comprometer o outro. No entanto, é possível adotar um conjunto de ações preventivas, que ajudarão de forma efetiva a mantê-los mais saudáveis.
A seguir, veja algumas atitudes que previnem doenças e contribuem para que as já existentes não evoluam. Confira!
Reduzir a ingestão de sal
Além de se alimentar de forma saudável, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o ideal é uma pessoa consumir, no máximo, 5 gramas de sal por dia.
Isso equivale a menos que uma colher de chá rasa de sal. Para ter noção da quantidade, o tradicional pacotinho oferecido nos restaurantes contém 1 grama de sal.
Beber bastante água
A água é essencial para que os rins consigam desempenhar sua função de filtrar o sangue. Além disso, também ajuda a diluir os cristais filtrados, auxiliando na sua eliminação. Ingerir pouco líquido, portanto, faz os órgãos trabalharem sobrecarregados.
Inserir hábitos saudáveis no dia a dia
Reduzir a ingestão de gorduras, praticar atividades físicas regulares, não fumar e controlar os níveis de estresse são práticas essenciais para a saúde do rim e coração. Graças a elas, previne-se uma série de alterações no funcionamento do organismo.
Fazer os check-ups médicos periódicos
Visitar o médico e fazer os exames de rotina permite identificar eventuais alterações precocemente, o que facilita os tratamentos e favorece os prognósticos. A recomendação para os check-ups renais, especificamente, vale para:
- pessoas com histórico pessoal ou familiar de doenças renais;
- portadores de doenças crônicas (como diabetes, hipertensão e obesidade);
- idosos em geral.
Tratar o diabetes
Os diabéticos devem ter muito cuidado com o consumo de açúcar. Isso porque, pacientes nessa condição, ao ingerirem doces, sobrecarregam os rins.
Saiba mais neste artigo: Entenda porque e como o diabetes afeta os rins
Para concluir, seguir essas recomendações é uma forma inteligente de manter rim e coração saudáveis e prevenir o desenvolvimento ou o agravamento de doenças. No caso de doenças renais, especificamente, é essencial contar com a orientação e o acompanhamento do nefrologista. Afinal, cabe a ele indicar a melhor e mais segura forma de tratamento — auxiliando, inclusive, na prevenção de problemas cardíacos.
Esperamos que o conteúdo tenha sido claro e conscientizador. Entretanto, se ainda restarem dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato e nos perguntar. A equipe da Clinirim está à sua disposição!