A uremia é uma condição clínica associada ao agravamento da função renal. Na verdade, trata-se de uma síndrome decorrente da elevação da taxa de ureia, geralmente, em pacientes com insuficiência renal (crônica ou aguda). Com isso, eles passam a apresentar um conjunto de manifestações — de náuseas a problemas graves.
Neste artigo, explicamos como a uremia ocorre, quais são os sinais e sintomas relacionados e como tratá-la. Continue a leitura e saiba mais!
O que é e quais são as causas da uremia?
O significado literal de uremia é urina no sangue. Sabe-se que, se os rins não funcionam adequadamente, ocorre um rápido acúmulo de toxinas no sangue, pois o processo de filtragem e metabolização não está adequado.
A retenção de toxinas — principalmente, a ureia (substância resultante a digestão dos aminoácidos) — leva à uma condição bastante grave, conhecida como uremia. Entre as principais causas para a sua ocorrência, pode-se citar os distúrbios sistêmicos, como o diabetes e a hipertensão arterial descompensados. Além disso, as doenças renais congênitas, as doenças renais agudas não adequadamente tratadas e os traumas renais também podem estar por trás do problema.
Como é a incidência e como prevenir a síndrome urêmica?
A doença renal é ligeiramente prevalente entre os homens. No entanto, devido à menor quantidade de massa muscular e outros fatores, as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver sintomas urêmicos.
Independentemente do gênero, para prevenir as nefropatias e, consequentemente, prevenir a uremia, deve-se cuidar da saúde renal. Isso é feito por meio:
- da ingestão adequada de água;
- da redução de alimentos riscos em sódio, potássio e fósforo;
- do respeito às orientações nutricionais individualizadas, elaboradas pelo nutricionista responsável;
- do controle adequado das comorbidades (como diabetes, hipertensão, obesidade, entre outras),quando presentes;
- da cessação do tabagismo;
- da realização dos check-ups renais periódicos.
Quais são os sinais e sintomas do paciente em uremia?
O acúmulo de ureia no organismo tem efeitos tóxicos, diretos e indiretos, sobre diversas partes do organismo, levando à manifestação da síndrome clínica. Assim, o paciente em uremia apresenta uma série de sinais e sintomas inespecíficos.
Esses, ao longo do tempo, tornam-se crônicos e progressivos, prejudicando sua qualidade de vida. Os mais comuns são:
- náuseas frequentes;
- vômitos recorrentes;
- fadiga, induzida por anemia;
- debilidade limitante;
- perda de peso (sem causa aparente);
- desorientação (alteração do estado mental);
- dispneia;
- edema (principalmente, nos braços e pernas);
- cãibras musculares;
- prurido (coceira pelo corpo);
- distúrbios visuais e olhos avermelhados;
- aumento da sede;
- pele hiperpigmentada;
- lesões orais, como sangramento gengival;
- problemas cardiovasculares e pulmonares.
Vale destacar que, sem o devido tratamento, a uremia tende a piorar, implicando em complicações.
Como é o diagnóstico e o tratamento da síndrome urêmica?
O diagnóstico de uremia se baseia, principalmente, na consideração do quadro clínico do paciente, na avaliação dos sinais e sintomas e na taxa de filtração glomerular (TFG) reduzida. Como mencionado, na maioria dos acometidos, ela se manifesta em estágios finais da doença renal crônica (DRC). Mas, também pode ocorrer na lesão renal aguda, quando há um aumento repentino dos níveis de ureia ou creatinina.
Como abordagem terapêutica precoce, costuma-se recomendar a reposição de ferro e eritropoietina. Com isso, busca-se corrigir a anemia e melhorar a disposição e a qualidade de vida do paciente.
O tratamento, especificamente, consiste no suporte renal artificial (SRA), realizado por hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal. Mas, deve-se deixar claro que, em pacientes com uremia sintomática, é necessário realizar diálise assim que as manifestações surgirem, independentemente da TFG.
Outros problemas associados, como hiperparatireoidismo, hipocalcemia e/ou hiperfosfatemia, podem ser tratados com medicações orais. Já em pessoas com uremia secundária à obstrução urinária é preciso realizar um procedimento cirúrgico (cateterismo),de modo a aliviar o bloqueio.
Em suma, o reconhecimento precoce dos sinais e sintomas associados e seu gerenciamento imediato possibilitam alterar o curso da doença renal. Por isso, ao notar qualquer alteração no corpo, recomenda-se procurar um médico e fazer uma avaliação individualizada.
Em caso de dúvidas sobre o assunto ou sobre cuidados renais em geral, sinta-se à vontade para entrar em contato. A equipe da Clinirim, localizada em Florianópolis, SC, está à disposição!