A ocorrência de anemia na doença renal crônica (DRC) é uma das complicações mais comuns. De origem multifatorial, o problema pode surgir em estágios iniciais da DRC, mas sua prevalência aumenta à medida que a função renal diminui. Pacientes em hemodiálise, por exemplo, apresentam uma perda de ferro expressiva.
Neste artigo, mostramos os principais fatores ligados à presença de anemia em doentes renais crônicos. Veja, também, quais condutas terapêuticas podem ser adotadas nesses casos. Aproveite a leitura!
Quais são as causas da anemia na doença renal crônica?
Primeiramente, é preciso esclarecer que, para pacientes renais em tratamento conservador, considera-se como anemia a concentração de hemoglobina menor do que 11g/dL. Já para os pacientes renais em tratamento dialítico, o referido valor sobe para 13g/dL.
Em segundo lugar, deve-se ter em mente que a anemia é uma complicação bastante frequente em portadores de DRC, principalmente, em fases avançadas. Inclusive, ela é considerada um dos sintomas da insuficiência renal crônica em estágios terminais.
Dito isso, vamos às causas do problema, as quais são diversas — sendo as deficiências de eritropoetina e de ferro as principais. Basicamente, essas deficiências ocorrem porque o estado inflamatório presente na DRC prejudica a ação da eritropoetina, bem como a absorção e a mobilização dos estoques de ferro.
Mas, além disso, há vários outros fatores possivelmente relacionados à ocorrência da anemia. Entre eles, destacam-se:
- o hiperparatireoidismo secundário;
- a carência de ácido fólico e/ou de vitamina B12, devido às restrições alimentares sem a devida reposição nutricional;
- a presença de infecções concomitantes;
- as perdas sanguíneas, principalmente, ocorridas na rotina da hemodiálise (devido a distúrbios gastrointestinais, coletas de sangue frequentes e pelo próprio método);
- o uso de determinados medicamentos para o controle da pressão arterial (inibidores do sistema renina-angiotensina).
Como é realizado o diagnóstico da anemia na DRC?
A anemia decorrente da DRC costuma surgir a partir do estágio 3, apresentando-se de maneira leve. No entanto, quando se mostra intensa ou está presente desde estágios anteriores (1 ou 2),geralmente, tem outras causas.
Assim, para traçar um diagnóstico preciso da anemia, o nefrologista responsável solicita um eritograma completo. Outro exame bastante frequente é a pesquisa de sangue oculto nas fezes.
Quais são as repercussões clínicas do problema?
A anemia acelera a perda da função renal e está associada à incapacidade física e mental, à piora na qualidade de vida e ao aumento das internações hospitalares. Além disso, tem relação com a redução na sobrevida, pois contribui com a ocorrência de doenças cardiovasculares.
Em quadros avançados, a anemia também pode levar à necessidade de fazer transfusões sanguíneas. Esse tipo de procedimento pode provocar sensibilização contra o sistema de antígeno leucocitário humano (HLA, na sigla em inglês),ligado à histocompatibilidade. Isso, por sua vez, pode impedir a realização de um futuro transplante renal.
Quais condutas médicas costumam ser tomadas?
Felizmente, a melhora da anemia na doença renal crônica, mesmo sendo parcial, favorece a saúde e o bem-estar dos pacientes. A reposição de ferro e de eritropoetina, oral ou endovenosa, é imperiosa nesses casos. Depois, quando os níveis dessas substâncias já estiverem normalizados, indica-se o uso de medicamentos que estimulam a produção de glóbulos vermelhos.
Em relação às terapêuticas complementares, costuma-se indicar a reposição de vitamina B12 e de ácido fólico. Isso, logicamente, se seus níveis também estiverem insuficientes.
Como prevenir complicações em pacientes renais crônicos?
A prevenção da anemia faz parte das diretrizes gerais de tratamentos para DRC e consiste, justamente, na reposição de eritropoetina e ferro, conforme as necessidades de cada paciente. Assim, para minimizar as chances de complicações, deve-se fazer o acompanhamento regular com o nefrologista, o nutricionista e os demais especialistas envolvidos, seguindo suas recomendações.
Agora que você entendeu os motivos que levam à prevalência da anemia na doença renal crônica, bem como as consequências de não tratá-la, não se descuide. Vá às consultas médicas e respeite as orientações de cada especialista envolvido. Isso vale tanto para pacientes em estágios iniciais, como para aqueles em estágios avançados, combinado? Dessa forma, você favorece o tratamento da DRC e melhora seu bem-estar e qualidade de vida!
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