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O risco de infecção em pacientes com doença renal crônica

Atualizado em: 05/03/2024 | Publicado em: 01/03/2024
O risco de infecção em pacientes com doença renal crônica

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    A infecção em pacientes com doença renal crônica (DRC) é um evento comum e que contribui, inclusive, para maiores taxas de morbidade e mortalidade. Para complicar, o risco aumentado de desenvolvê-la existe tanto naqueles submetidos à diálise, como em quem apresenta redução da função renal pequena ou moderada.

    Neste artigo, explicamos porque o problema ocorre, como se prevenir e como é o tratamento em caso de intercorrências. Confira!

    O que causa infecção em pacientes com doença renal crônica?

    Pacientes em qualquer estágio de DRC têm maior susceptibilidade para o desenvolvimento de comorbidades, pois apresentam comprometimento do sistema imunológico. Geralmente, a disfunção imune se relaciona à presença do diabetes, de cardiopatias, de desregulações nos metabolismos ósseo e mineral e/ou, por vezes, do próprio envelhecimento.

    A incidência de doenças infecciosas, especificamente, está entre as causas mais frequentes de hospitalização de doentes renais. De acordo com as sociedades médicas, as internações em decorrência delas ficam atrás, apenas, das provocadas por doenças cardiovasculares.

    Apenas pacientes com DRC avançada precisam se preocupar com o problema?

    Não. Esta deve ser uma preocupação comum a todos os doentes renais. O que acontece é que pacientes com taxa de filtração glomerular (TFG) reduzida apresentam maior risco para a ocorrência de infecções adquiridas. Aliás, quanto menor a TFG, mais alta se torna a incidência de infecções do trato respiratório inferior, infecções do trato urinário e até de sepse.

    Mas, vale destacar que, mesmo em pessoas com funções renais pouco reduzidas, o risco de hospitalização por infecção é elevado. Além disso, uma vez presentes, as doenças infecciosas podem acelerar a progressão da doença renal.

    Quais são as infecções mais frequentes e como preveni-las?

    As complicações infecciosas mais recorrentes nesses pacientes são infecção urinária e a pneumonia. Para preveni-las, deve-se investir em medidas preventivas, principalmente, em casos de internação hospitalar. São elas:

    • higienizar as mãos adequadamente;
    • usar as barreiras para assepsia disponíveis;
    • atentar-se à remoção de dispositivos invasivos (como acessos venosos, cateteres vesicais, ventiladores mecânicos, entre outros).

    Outra estratégia preventiva de extrema importância é a vacinação. Para tanto, recomenda-se a imunização:

    • contra influenza (gripe),indicada para todos os adultos com DRC;
    • contra pneumococo, recomendada para pacientes com TFG superior a 30 mL/min/1,73 m², diabéticos, portadores de síndrome nefrótica ou usuários de medicações imunossupressoras;
    • contra hepatite A, em caso de pacientes com IgG anti-HAV positiva;
    • contra hepatite B, administrada com o dobro da dose recomendada para a faixa etária do paciente;
    • contra varicela, recomendada para pacientes não imunodeprimidos, seguindo a indicação para a faixa etária;
    • contra herpes-zóster, também ofertada a pacientes não imunodeprimidos, respeitando a indicação para a faixa etária.

    Como é o diagnóstico e o tratamento de infecções em doentes renais?

    Para investigar a suspeita de infecção em pacientes com doença renal crônica, solicitam-se exames laboratoriais e de imagem. É o caso, por exemplo, das:

    • dosagens de creatinina, ureia, sódio, potássio e albumina;
    • urocultura (se o paciente não estiver com anúria, ou seja, sem produzir e eliminar urina);
    • ecocardiograma;
    • radiografia de tórax;
    • ultrassonografia do sistema urinário;
    • e/ou ultrassonografia da próstata (para pacientes homens).

    O tratamento da infecção, por sua vez, consiste na prescrição de medicamentos antimicrobianos. Para isso, além do tipo específico de infecção, deve-se considerar a TFG, adequando a dose e/ou o intervalo das administrações, de movo a evitar potenciais efeitos nefrotóxicos.

    Em pacientes com infecções urinárias ou respiratórias com bom estado clínico geral, a antibioticoterapia adequada permite a melhora do quadro em poucos dias. Já quando há acometimento significativo ou sinais de sepse, a recuperação é mais complexa.

    Por isso, em casos de mau estado clínico geral, deve-se estabilizar o quadro infeccioso inicial e, em seguida, transferir o paciente para uma unidade hospitalar. Após a alta, além de reforçar as medidas de autocuidado, pode ser preciso fazer o acompanhamento com um especialista relacionado à enfermidade apresentada. O objetivo, nesses casos, é prevenir possíveis recorrências.

    Para concluir, a infecção em pacientes com doença renal crônica é um problema frequente, mas não deveria. Afinal, como mostrado, pode-se reduzir os riscos de desenvolvê-la — favorecendo a saúde e a qualidade de vida de portadores de DRC em todos os estágios!

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    A Clinirim – Clínica do Rim e Hipertensão Arterial é uma instituição de saúde localizada em Florianópolis (SC) que tem como principal objetivo oferecer bem-estar e qualidade de vida para pacientes portadores de doenças renais crônicas.