O uso de medicamentos para doença renal crônica integra as estratégias terapêuticas recomendadas para pacientes em estágios mais avançados. Nesses quadros, o tratamento consiste no emprego de fármacos associados a mudanças na dieta e, conforme a TFG, à terapia renal substitutiva (diálise ou transplante).
Porém, quando é necessário usar outros remédios, seja para tratar comorbidades ou problemas eventuais, também é preciso consultar o nefrologista. Do contrário, corre-se o risco de piorar o estado clínico.
Quer entender a importância dos medicamentos para os pacientes renais, bem como o perigo do uso indiscriminado, sem a supervisão do especialista? Então, continue a leitura!
Qual é a importância dos medicamentos para doença renal crônica?
Os medicamentos para doença renal crônica são fundamentais nos cuidados aos pacientes em estágios mais avançados. Na prática, eles atuam na diminuição das impurezas no sangue, ajudando a preservar a função renal residual, bem como no alívio dos sintomas.
Para isso, as prescrições se baseiam nas condições clínicas individuais, resultando em esquemas farmacológicos complexos. Graças a eles, os incômodos sintomas associados à doença e/ou à diálise tendem a diminuir. Já em pacientes transplantados, o uso contínuo de imunossupressores previne a rejeição ao novo rim.
Além disso, como mencionado no início do artigo, outro emprego medicamentoso bastante comum em pacientes com doença renal crônica é para tratar as comorbidades. É o caso, por exemplo, do diabetes, da hipertensão arterial, da obstrução do trato urinário, da anemia, de infecções diversas, entre outras enfermidades.
Por que é preciso ficar alerta às interações medicamentosas?
Deve-se ter atenção máxima em relação ao uso de medicamentos em doentes renais crônicos. Afinal, esses pacientes se encontram em situações de alto risco, estando mais vulneráveis à ocorrência de erros de medicação do que o restante da população. Isso porque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),a incidência e o impacto de equívocos na administração medicamentosa variam de acordo com:
Dessa forma, o caso dos doentes renais crônicos é particularmente preocupante, principalmente, por ser comum serem submetidos a múltiplos tratamentos, recebendo atenção de diferentes médicos. Se não houver uma boa comunicação entre esses profissionais, o problema renal pode não ser levado em conta em uma eventual abordagem terapêutica complementar.
Nesses casos, corre-se o risco de interações medicamentosas com desfechos negativos, tais como:
- ocorrência de lesão renal aguda;
- agravamento da doença renal crônica;
- aumento na frequência e no tempo das internações hospitalares.
Por isso, qualquer tratamento de saúde deve considerar as necessidades farmacoterapêuticas específicas dos doentes renais crônicos. Alguns medicamentos podem exigir uma capacidade de metabolismo ou de excreção renal que seus organismos, simplesmente, não são capazes de prover. Outros, por sua vez, podem ser nefrotóxicos. Em ambos os casos, o risco de apresentar desfechos adversos graves é alto.
Portanto, é preciso escolher os medicamentos para tratar complicações urêmicas, comorbidades ou outros distúrbios olhando para o paciente renal de maneira integral. Ao mesmo tempo, deve-se fazer os ajustes nas doses considerando a taxa de filtração glomerular individual (TFG),para que sejam efetivos, mas não provoquem maiores danos à função renal.
Qual é o perigo da automedicação para pacientes renais crônicos?
Esses pacientes devem sempre consultar seu nefrologista antes de tomar medicamentos, pois os possíveis eventos adversos são ainda mais graves do que na população em geral. Isso vale, inclusive, para remédios isentos de prescrição, à venda livremente nas farmácias. O mesmo ocorre em relação ao uso de suplementos nutricionais proteicos, fitoterápicos e plantas medicinais (chás).
Em todas essas possibilidades, o médico irá avaliar o risco-benefício e, ainda, se o consumo é permitido com base na TFG apresentada. Caso seja, muitas vezes, é necessário que o especialista faça ajustes na posologia.
E tem mais: deve-se lembrar que a indicação do fármaco não é definitiva, pois as condições clínicas do paciente renal mudam ao longo do tempo. Dessa forma, o nefrologista precisa fazer reavaliações individualizadas periodicamente (o chamado acompanhamento farmacoterapêutico),para adequar as doses, retirar os remédios desnecessários e/ou prescrever novos.
Para concluir, os medicamentos para doença renal crônica são fundamentais. Quando bem indicados e corretamente administrados, eles fazem toda a diferença na qualidade do tratamento, favorecendo a qualidade de vida dos pacientes!
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