A glomerulonefrite é um grupo de doenças que levam à inflamação do glomérulo, parte do rim responsável por filtrar o sangue e formar a urina. Também chamadas de glomerulopatias, elas podem ser agudas ou crônicas, locais ou difusas, tratáveis ou não — nesse caso, levando a problemas renais graves.
Quer saber mais sobre as doenças glomerulares? Então, continue a leitura!
Quais são as causas da glomerulonefrite?
As causas da glomerulonefrite dependem, diretamente, do seu tipo. Assim, a inflamação glomerular pode ser:
- primária (restrita ao rim, instalada diretamente no glomérulo),a qual é decorrente de problemas imunológicos provocados por vírus ou bactérias, por exemplo, em função de uma infecção na garganta ou na pele por estreptococos (um tipo de bactéria);
- secundária (quando a inflamação não surge no glomérulo, mas é associada a doenças sistêmicas),sendo relacionada ao diabetes, à hipertensão arterial, ao lúpus eritematoso sistêmico, ao HIV, à hepatite B ou C, entre outras doenças;
- local, quando a inflamação atinge menos de 50% dos glomérulos;
- difusa, quando a inflamação atinge mais de 50% dos glomérulos;
- aguda, com início abrupto e evolução rápida, apresentando sintomas como inchaço, hipertensão, hematúria e proteinúria (presença de sangue e de proteínas, respectivamente, na urina),mas que, se devidamente tratada, pode ser revertida;
- crônica, quando a doença avança provocando alterações hemodinâmicas (como hipertensão e hiperfiltração glomerulares),fibrose tubulointersticial ou esclerose glomerular, levando à perda crônica e progressiva da função renal.
Vale destacar a glomerulonefrite primária é o tipo mais comum. Estima-se que, apenas, 1% das crianças com patologias glomerulares e 10% dos adultos apresentam a versão aguda da doença. Nesses casos, os glomérulos são destruídos rapidamente, muitas vezes, desencadeando quadros de insuficiência renal.
Quais são os sintomas da inflamação do glomérulo?
A glomerulonefrite de causa primária costuma ser assintomática. Isso faz com que o diagnóstico, assim como o início do tratamento, seja tardio, comprometendo o prognóstico.
Já na glomerulonefrite de causa secundária, os sintomas variam de acordo com o grau da inflamação. Assim, ela pode desencadear:
- sintomas urinários, como urina escura, espumosa e com volume reduzido;
- edema, ou seja, inchaço notável nas pernas e pés, ao redor dos olhos ou no corpo todo;
- hipertensão arterial, anemia, hematúria e proteinúria;
- ganho de peso devido ao aumento da retenção de líquidos;
- perda de apetite, náuseas e vômitos;
- dor abdominal e dores nas articulações;
- indisposição, cansaço e fraqueza acentuados e sem motivo aparente.
Como é o diagnóstico dessa condição?
O diagnóstico das glomerulopatias tem que ser preciso e precoce. Afinal, determinar a causa da inflamação é essencial para o sucesso do tratamento, bem como para obter um melhor prognóstico.
Assim, a investigação é realizada com base na avaliação clínica e em exames laboratoriais de sangue e urina, incluindo a dosagem de creatinina e de ureia. Por vezes, pode ser solicitado algum exame de imagem, como uma ultrassonografia ou tomografia computadorizada.
No entanto, para confirmar o diagnóstico, costuma ser necessário realizar uma biópsia renal. Essa serve, ainda, para determinar a causa, avaliar a quantidade de cicatrização e as chances de reverter o quadro.
Quais são os tipos de tratamento?
O tratamento da glomerulonefrite exige a mudança de alguns hábitos, pelo menos, até que a função renal seja restabelecida. Entre eles, recomenda-se:
- reduzir o consumo de sal;
- adotar uma dieta pobre em proteínas;
- uso de diuréticos, para ajudar os rins a excretarem a água e o sódio em excesso;
- evitar a ingestão de bebidas alcoólicas;
- controlar rigorosamente a pressão arterial, assim como as taxas de glicemia.
No que diz respeito à terapêutica, quando a doença apresenta remissão espontânea, ela pode ser limitada à observação do paciente. No entanto, dependendo da gravidade, pode-se recomendar:
- o uso de medicação, inclusive, para tratar as comorbidades de base;
- a realização de diálise ou transplante de rim, em caso de insuficiência renal.
Para concluir, gostaríamos de dizer que a glomerulonefrite pode ser curada. Mas, para isso, é necessário contar com a expertise de um bom nefrologista, o especialista que trata doenças renais agudas e crônicas.
Portanto, caso apresente sintomas suspeitos e/ou fatores de risco para esse tipo de problema, não demore para procurar ajuda!
Esperamos que o artigo tenha sido claro. Porém, se ainda restarem dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato. E para conferir outros conteúdos e dicas de saúde, já sabe: siga a Clinirim no Facebook e Instagram!