Compreender como o diabetes afeta os rins e as consequências que pode gerar ao organismo é o primeiro passo para a sua prevenção e controle. Aliás, pacientes que já desenvolveram a doença precisam ficar especialmente atentos, porque ela está entre os principais fatores de risco para a insuficiência renal.
Quer entender como o diabetes afeta os rins? Preparamos um artigo exclusivo para explicar a situação. Continue a leitura e tire suas dúvidas!
Como é a incidência do diabetes no mundo? E no Brasil?
O X Atlas do Diabetes, publicado pela Federação Internacional de Diabetes (IFD) em 2021, mostra que o número de casos da doença vem crescendo assustadoramente. De acordo com o levantamento, estima-se que uma em cada dez pessoas, com idades entre 20 e 79 anos, têm diabetes.
Isso significa que existem cerca de 537 milhões de adultos diabéticos no mundo. Para complicar, a previsão é que, em 2045, este número suba para 784 milhões. No ano 2000, vale lembrar, havia “apenas” 151 milhões de adultos acometidos pela doença.
Já em relação à média global de crianças e adolescentes, com idades entre zero e 19 anos, existem mais de 1,2 milhões de diabéticos. Anualmente, espera-se que surjam cerca de 149.550 novos casos do diabetes tipo 1 nessa faixa etária.
O Brasil é o sexto país onde o diabetes é mais incidente. No levantamento mais recente, em 2021, 15,7 milhões de adultos lidavam com a doença no país. Em 2045, a estimativa é que 23,2 brasileiros apresentarão o problema, o que nos fará manter a sexta colocação mundial.
Assim, a doença é considerada um sério problema de saúde pública mundial. Isso porque, se não for diagnosticada, tratada e controlada em tempo oportuno, pode trazer sérios danos ao paciente, inclusive, levar à insuficiência renal. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM),a estimativa é que em 50% dos portadores de diabetes tipo 1 venham desenvolver esse quadro.
Como o diabetes afeta os rins, especificamente?
Para começo de conversa, é preciso entender que diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento do nível de açúcar no sangue. Na prática, isso significa que o sangue do diabético tem componentes a mais que o normal.
Os rins, como se sabe, têm a função de fazer a filtragem do sangue, para eliminar o excesso de toxinas e resíduos presentes. As impurezas filtradas pelos rins, por sua vez, são eliminadas por meio da urina.
No entanto, como o sangue do diabético apresenta mais açúcar que o normal, essa condição vai, lentamente, lesando os vasos sanguíneos, deixando-os mais enrijecidos. Pouco a pouco, os danos causados nesses vasos prejudicam o desempenho dos rins, que têm que se esforçar mais para desempenhar sua função.
Tamanha sobrecarga faz com que eles comecem a falhar e percam a capacidade de filtragem. Isso leva, muitas vezes, à insuficiência renal crônica e à necessidade de iniciar algum suporte renal artificial (também chamado de terapia renal substitutiva).
Mas, uma vez explicado como o diabetes afeta os rins, é preciso frisar que nem todo diabético desenvolverá um problema renal. Caso a doença seja descoberta no início e a glicemia seja devidamente controlada, o risco de desenvolver esse tipo de complicação é bastante reduzido.
Para conhecer as enfermidades mais prejudiciais aos rins, leia: Conheça as principais doenças que afetam os rins
Quais são os sinais e sintomas de complicação nos rins?
Ainda segundo os dados do X Atlas do Diabetes, 31,9% dos diabéticos brasileiros (cerca de 5 milhões de pessoas) não sabem que têm a doença. Isso acontece tanto por se tratar de condição silenciosa, como pela falta dos exames preventivos.
Sendo assim, boa parte dos doentes não controlam a glicemia e não sabem como o diabetes afeta os rins. Nesses casos, muitas vezes quando ela é identificada, encontra-se em fase avançada, na qual existe o risco de já estar comprometendo a função renal.
Vale lembrar que as doenças renais também são silenciosas e seus sintomas não são específicos, podendo ser confundidos com os de outras enfermidades. Os sinais mais comuns de complicações nos rins são:
- alterações na frequência urinária;
- diminuição ou aumento no volume da urina;
- urina com cheiro forte, presença de sangue (hematúria), alteração na cor e/ou presença de espuma (proteinúria);
- inchaços, principalmente, nos pés, tornozelos e pernas;
- falta de apetite;
- náuseas e vômitos;
- sensação de fraqueza;
- dor ou pressão no peito;
- coceira por todo o corpo e
- sonolência.
Para saber mais a respeito, confira este artigo: Como identificar de forma precoce os sinais de doença renal
Como é feito o diagnóstico da doença renal?
O diagnóstico de uma doença renal, geralmente, é realizado a partir da queixa do paciente quando percebe um ou mais sinais. Entre os exames que podem confirmar ou descartar a hipótese de um problema nos rins, destacam-se:
- a medição da produção de urina;
- os exames de análise da urina;
- os exames de sangue;
- a ultrassonografia ou a tomografia computadorizada;
- a biópsia do tecido renal.
Gostaríamos de reforçar a importância da medição da dosagem da creatinina nos exames de rotina. Afinal, essa amostragem é essencial para indicar se os rins estão funcionando adequadamente.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), pessoas acima de 40 anos devem realizar, anualmente, os exames de dosagem de creatinina e análise da urina. Essa é uma das principais formas de prevenção aos distúrbios renais!
Para concluir, agora que você sabe porque o diabetes afeta os rins, caso tenha a doença, cuide-se para manter a glicemia sob controle. Além disso, adote um estilo de vida saudável, baseado em uma alimentação balanceada e na prática regular de atividades físicas, e faça os check-ups periódicos. E por último, mas não menos importante, caso note um ou mais sinais ou sintomas que possam indicar um problema renal, procure um nefrologista!
Esperamos que o conteúdo tenha sido esclarecedor. Entretanto, se você ainda ficou com alguma dúvida, sinta-se à vontade para entrar em contato. A equipe da Clinirim – Clínica do Rim e Hipertensão Arterial, localizada em Florianópolis, SC, está à sua disposição!