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Entenda como o lúpus pode afetar o rim

Atualizado em: 11/05/2022 | Publicado em: 11/05/2022
Entenda como o lúpus pode afetar o rim

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    O lúpus eritematoso sistêmico (LES) ou, simplesmente, lúpus, ganhou projeção na mídia após a cantora norte-americana Selena Gomez fazer um transplante de rim em decorrência da doença. Ela afeta o sistema imunológico e, devido ao caráter multissistêmico, pode desencadear uma série de sintomas e comprometer o funcionamento de diversos órgãos.

    Neste artigo, explicamos o que é o lúpus e como ele pode afetar, especificamente, o rim. Boa leitura.

    O que é o lúpus?

    O lúpus é uma doença inflamatória crônica e autoimune. Ele desencadeia uma alteração na produção de anticorpos, que passam a atacar o próprio organismo, causando inflamações em diversas áreas. Existem dois tipos principais:

    • eritematoso (cutâneo), o qual se manifesta por meio de manchas, geralmente, avermelhadas e/ou eritematosas, na pele, nas áreas expostas ao sol (rosto, colo, braços e pernas);
    • sistêmico, o qual afeta o funcionamento de um ou vários órgãos internos.

    Causas

    Trata-se de uma doença, razoavelmente, comum, que pode ocorrer em qualquer pessoa. No entanto, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), mulheres, com idades entre 20 e 45 anos, são as mais acometidas.

    Suas causas não são totalmente esclarecidas. Porém, sabe-se que a combinação de alguns fatores genéticos, hormonais e ambientais (principalmente, irradiação solar e infecções) contribui para o seu desenvolvimento.

    Sintomas

    Os sintomas podem surgir de forma lenta e progressiva (ao longo de meses) ou rapidamente (em semanas),alternando-se entre fases de atividade e de remissão. Os mais comuns são a febre, fraqueza, desânimo, perda de apetite e emagrecimento. Outros sinais, mais específicos, são manchas na pele, dores nas articulações, inflamação da pleura (membrana que reveste os pulmões), hipertensão e problemas nos rins.

    Tratamento

    O tratamento do lúpus é medicamentoso e objetiva controlar a atividade inflamatória e melhorar a qualidade de vida. Além disso, é imprescindível adotar alguns cuidados para minimizar os efeitos colaterais dos medicamentos e evitar infecções. São eles:

    • dar uma atenção rigorosa às medidas de higiene pessoal;
    • alimentar-se de forma saudável e balanceada;
    • dormir bem;
    • praticar atividades físicas regularmente;
    • adotar medidas de proteção contra a luz solar;
    • minimizar o estresse;
    • não fumar;
    • suspender o uso de anticoncepcionais com estrogênio.

    Como o lúpus pode afetar os rins?

    acometimento renal é comum em quem tem lúpus. A chamada nefrite lúpica, ou seja, inflamação do rim pelo lúpus, é uma das complicações mais preocupantes da doença. Ainda de acordo com a SBR, ela ocorre em 50% dos seus portadores.

    No início, ela corresponde a uma glomerulonefrite e pode ser assintomática ou causar alterações mínimas nos exames de urina, como hematúria ou proteinúria pequenas. Conforme se agrava, costuma provocar inchaço nas pernas, pressão alta e mudanças na aparência da urina, a qual se torna menos volumosa e mais espumosa.

    Caso a nefrite lúpica não seja diagnosticada e tratada de forma rápida, o rim pode parar de funcionar (insuficiência renal). Nesses quadros, o paciente necessita de diálise ou mesmo de transplante renal.

    Como diagnosticar e tratar a nefrite lúpica?

    Uma vez que a inflamação do rim pelo lúpus é uma manifestação frequente, o médico que acompanha o paciente com a doença deve ficar atento. Mesmo em indivíduos que nunca apresentaram lesão renal, recomenda-se:

    A nefrite lúpica é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em seis tipos diferentes, conforme o resultado da biópsia renal. Após a classificação, o tratamento (individualizado e conduzido pelo nefrologista) é feito com medicamentos para regular as alterações imunológicas e aliviar os sintomas. Esses são administrados por via oral (prednisona ou azatioprina),endovenosa (metilprednisolona) ou ambas (ciclofosfamida).

    A análise anátomo-patológica mostra, também, se a infecção evoluiu para uma insuficiência renal crônica. Nesses casos, o tratamento imunossupressor não é suficiente para deter o processo, sendo necessário recorrer à diálise.

    Felizmente, o prognóstico mesmo nessas condições é bastante favorável. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN),o paciente com lúpus que evolui para lesão renal grave tem a mesma sobrevida em diálise e pós-transplante renal que um paciente não-lúpico.

    Para concluir, sabendo que o lúpus pode afetar o rim, recomenda-se que quem tem a doença faça um check-up renal periódico. Dessa maneira, pode-se identificar possíveis alterações precocemente e adotar as medidas necessárias para prevenir complicações.

    Esperamos que o artigo tenha sido claro. Mas, caso ainda tenha restado alguma dúvida, entre em contato para que possamos ajudar.

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