A redução do desejo sexual é um dos sintomas provocados por doenças renais crônicas (DRC),principalmente, em estágios avançados. Pacientes em tratamento dialítico, muitas vezes, têm que lidar com transtornos psicológicos e complicações clínicas (de anemia a distúrbios neurológicos). Tudo isso compromete sua função sexual e qualidade de vida.
Neste artigo, mostramos como as DRC podem afetar a sexualidade e o que pode ser feito para contornar o problema. Continue a leitura e saiba mais!
As doenças renais crônicas causam redução do desejo sexual?
Sim, as DRC, principalmente, avançadas, provocam a redução do desejo sexual. Por isso, pacientes com insuficiência renal podem desenvolver problemas como disfunção erétil, anomalias menstruais e queda da libido. Além disso, também podem ter problemas de fertilidade e dificuldade para gerar filhos.
Mas, quais são as causas dos referidos distúrbios? Sabe-se que os desequilíbrios hormonais decorrentes da DRC, como a hiperprolactinemia, o hipogonadismo, as alterações no hipotálamo, entre outros, afetam as funções sexuais e reprodutivas. Ao mesmo tempo, fatores físicos (como anemia, fadiga e indisposição) e psicológicos (como estresse, distúrbios de sono, ansiedade e depressão) também levam à redução do desejo sexual.
Há, ainda, o impacto dos fatores psicossociais, como o isolamento social, a possível perda do vínculo laboral, as dificuldades financeiras, entre outros. Como se sabe, esses também prejudicam o interesse sexual.
Qual é a incidência da disfunção sexual em pacientes renais?
Estima-se que a disfunção sexual varie de 9%, em doentes renais pré-dialíticos, a 70%, entre aqueles em diálise. O distúrbio, vale destacar, afeta tanto pacientes renais homens como mulheres.
Assim, a redução do desejo sexual é algo bastante frequente no tratamento das DRC. De acordo com estudos de metanálise, pode-se dizer que a incidência geral da disfunção sexual em pacientes renais é de cerca de 50%, sendo 51,4% entre os homens e 47,4% entre as mulheres.
Disfunção sexual em pacientes renais homens
No caso da disfunção erétil masculina, o problema ocorre entre 21% e 43% dos pacientes em diálise e transplantados. A impotência sexual, vale destacar, é resultado da característica multissistêmica da doença renal, a qual envolve fatores endócrinos, vasculares e neurogênicos.
Além disso, a presença de comorbidades comuns, como a hipertensão arterial, o diabetes e a hipercolesterolemia, também contribui para o problema. Soma-se, ainda, o peso da fadiga, do estresse, da depressão, entre outros fatores coadjuvantes, que afetam a ereção.
Disfunção sexual em pacientes renais mulheres
Entre as mulheres que necessitam de suporte renal artificial, os sintomas depressivos são os mais associados à redução do desejo sexual. Nesse cenário, as principais complicações relatadas são a dor pélvica e o distúrbio orgástico grave. Além disso, no caso das pacientes com amenorreia, é comum apresentar atrofia e ressecamento vaginal, o que leva à dispareunia (dor na penetração).
De que maneira o acompanhamento interdisciplinar pode ajudar?
Como mostramos, as causas dos distúrbios sexuais em pacientes renais são resultantes de um complexo multifatorial. Nessa perspectiva, a preservação da função sexual é muito importante, pois está relacionada à melhora da qualidade de vida.
Para chegar lá, a estratégia de abordagem da redução do desejo sexual deve ser individualizada e interdisciplinar. Entre as principais medidas, recomenda-se:
- alimentar-se de maneira saudável e balanceada, seguindo as orientações do nutricionista;
- não fumar e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas;
- controlar as comorbidades, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, entre outras;
- atentar-se às escolhas medicamentosas, pois certos anti-hipertensivos, diuréticos, protetores da mucosa gástrica, antidepressivos, entre outros, podem provocar disfunção erétil;
- fazer um acompanhamento psicológico, para conseguir encarar, de uma forma mais positiva as mudanças na rotina e eventuais limitações;
- fazer terapia sexual, de preferência, junto da(o) parceira(o),para compreenderem a situação e encontrarem formas de contorná-la;
- usar lubrificantes vaginais adequados, no caso das mulheres;
- usar estimulantes sexuais orais, no caso dos homens, quando indicados (sempre respeitando a prescrição médica);
- recorrer a outros recursos para reabilitação sexual, como aparelhos de vácuo (vacuoterapia),injeções penianas ou próteses penianas, se necessário, visando melhorar a qualidade das ereções;
- realizar um tratamento de fertilidade, caso haja dificuldade para gerar filhos naturalmente, como a fertilização in vitro (FIV).
Para concluir, uma vez que as DRC costumam provocar a redução do desejo sexual, é importante contar com um time multidisciplinar de especialistas. Dessa forma, pode-se adotar medidas para contornar o problema e melhorar a qualidade de vida!
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato para podermos ajudar. A equipe da Clinirim – Clínica do Rim e Hipertensão Arterial, localizada em Florianópolis, SC, está à sua disposição!