A saúde renal da mulher nem sempre recebe a devida atenção. Porém, a maior incidência de diabetes, hipertensão arterial, entre outras doenças, pode colocar o funcionamento dos rins delas em risco. Nesse cenário, os cuidados nefrológicos são imprescindíveis para prevenir os casos de doença renal entre elas.
Neste artigo, mostramos o que as mulheres devem fazer para cuidar bem dos rins e quando é indicado procurar um nefrologista. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas sobre saúde renal da mulher!
O que diferencia a saúde renal da mulher?
Uma das condições mais relevantes para o mau funcionamento dos rins é a pressão alta. Isso porque, a hipertensão engrossa os vasos sanguíneos, prejudicando o processo de filtragem do sangue. Em casos avançados, o problema pode, até mesmo, provocar insuficiência renal.
Como se sabe, algumas características femininas aumentam o risco de desenvolver hipertensão. Existem, ainda, outras doenças mais comuns nelas e que têm relação direta com os problemas renais.
Tudo isso, logicamente, exige um maior zelo com a saúde renal da mulher. Entenda melhor a seguir!
Gestação
A pressão alta acomete 10% a 15% das grávidas. Quando surge após a 20ª semana de gestação, em mulheres sem diagnósticos prévios de hipertensão, é classificada como hipertensão gestacional (pré-eclâmpsia).
Nesses casos, o problema tende a desaparecer em até três meses após o parto. Do contrário, mulher se torna portadora de hipertensão arterial crônica, a qual é considerada um importante fator de risco para a doença renal crônica.
O diabetes gestacional é outra complicação da gravidez que, como os demais tipos de diabetes, pode danificar os rins. O quadro ocorre devido à resistência insulínica provocada pela concentração dos hormônios da gestação. Com o aumento dos níveis de açúcar no sangue, a função renal fica sobrecarregada, perdendo sua capacidade de filtragem adequada.
Uso de anticoncepcionais
Estima-se que o uso de contraceptivos orais por longos períodos aumente (em 13%) o risco de desenvolver hipertensão. No entanto, graças às pílulas com menores concentrações de estrogênio, esse risco é cada vez mais baixo — o que não significa inexistente. Por isso, se notado um aumento nos níveis pressóricos após começar a tomar anticoncepcionais, recomenda-se substitui-lo por outro método contraceptivo.
Menopausa
A hipertensão arterial é relativamente comum em mulheres mais velhas. Para complicar, muitas vezes seus sinais são confundidos como sintomas da menopausa, retardando o tratamento. Vale destacar, ainda, que ter tido hipertensão na gravidez aumenta o risco de desenvolvê-la ao entrar na menopausa.
Infecções urinárias
As infecções urinárias (cistites) afligem grande parte das mulheres ao longo de toda a vida, tendo, na maioria das vezes, origem bacteriana. Se não for adequadamente tratada, a doença evolui para infecção renal (pielonefrite),a qual pode levar à perda permanente da função renal.
Lúpus
O lúpus eritematoso sistêmico (LES), uma doença inflamatória crônica e autoimune, é mais incidente em mulheres em idade reprodutiva. Os rins, por sua vez, estão entre os órgãos que a doença pode afetar, provocando nefrite lúpica. Essa, sem o devido tratamento, pode levar à insuficiência renal.
Como cuidar da saúde dos rins?
A primeira dica para cuidar da saúde dos rins é cuidar da saúde como um todo. Para isso, adote hábitos saudáveis, beba bastante água e vá às consultas de rotina, realizando os exames periódicos.
A segunda dica em prol da saúde renal da mulher é prestar atenção nos sintomas possivelmente associados aos problemas renais. São eles:
- alterações na urina;
- infecções urinárias de repetição;
- aumento da pressão arterial;
- inchaço nas pernas, tornozelos e pés, nas mãos e/ou ao redor dos olhos;
- alterações no ciclo menstrual;
- palidez (anemia),perda de apetite, náuseas e/ou vômito;
- inchaço (retenção hídrica);
- dor abdominal ou nas costas, abaixo das costelas;
- ganho de peso sem causa aparente; entre outros.
Quando procurar um nefrologista?
Toda mulher com fatores de risco para doenças renais — gestantes, aquelas que fazem uso de anticoncepcionais ou as que já entraram na menopausa, assim como aquelas com histórico familiar — devem consultar um nefrologista. O mesmo vale para as que apresentam mais de um sinal associado ao problema.
Os exames de avaliação da função renal são realizados periodicamente, em média, uma vez por ano. O check-up varia conforme as condições específicas da paciente, mas, além do exame clínico, costuma incluir:
- exame de sangue (para mensurar as taxas de creatinina, ureia, entre outras);
- exame de urina (para avaliar o pH, a densidade do líquido e a presença de substâncias como proteínas, glicose e nitritos).
Assim, se houver alguma alteração, o diagnóstico precoce favorece a eficácia do tratamento. Por isso, caso tenha se identificado com alguma das condições descritas neste artigo, procure um nefrologista. Como mostrado, para evitar complicações, a saúde renal da mulher exige atenção!
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