A dieta para pacientes renais crônicos se baseia em alimentos saudáveis e, dependendo do estágio da doença, têm uma série de restrições. Apesar de exigir atenção extra aos preparos e escolhas alimentares, tamanho cuidado ajuda a retardar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida.
Neste artigo, mostramos como deve ser a alimentação em cada fase da doença renal crônica (DRC) e quais opções devem ficar de fora. Veja, também, quais são os benefícios de seguir as orientações do nutricionista especialista em saúde renal. Confira!
Como deve ser a dieta para pacientes renais crônicos?
A dieta para pacientes renais crônicos em tratamento conservador é diferente da praticada no tratamento dialítico. No entanto, em ambas as fases, o acompanhamento do nutricionista é imprescindível! Veja a seguir o que a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) recomenda.
Dieta para pacientes renais crônicos em tratamento conservador
Pacientes com taxa de filtração glomerular (TFG) > 60ml/min não precisam seguir orientações nutricionais específicas. Nesses casos, basta manter uma alimentação saudável e equilibrada.
Pacientes com TFG < 60 ml/min, por sua vez, têm que se atentar quanto à qualidade das proteínas ingeridas. Algumas vezes, basta reduzir o consumo de carnes, ovos e laticínios pela metade. Em outros casos, os alimentos de origem animal são praticamente eliminados, sendo necessário tomar suplementos de aminoácidos essenciais e cetoácidos, para reduzir as toxinas no sangue.
Além disso, recomenda-se reduzir a ingestão de outros alimentos que contêm proteínas, como arroz, massas e pães. Deve-se, também, restringir alimentos ricos em:
- potássio, como água de coco, banana prata e nanica, açaí, abacate, damasco, figo, goiaba, graviola, jaca, kiwi, laranja, mamão, maracujá, melão, mexerica, nectarina, uva, feijões, soja, uva passa, castanhas, amendoim, avelã, chocolate, café solúvel, sal de cozinha (diet ou light);
- fósforo, como carnes em geral, ovos, feijões, soja, salsicha, linguiça, frios, queijos, leite, iogurtes, chocolates, sorvete, amendoim, castanhas, refrigerantes a base de cola, cervejas;
- sódio, como linguiça, salsicha, carne seca, azeitona, sopas industrializadas, macarrão instantâneo, temperos prontos, enlatados em conserva, bolachas recheadas e o próprio sal de cozinha, entre outros.
Dieta para pacientes renais crônicos em tratamento dialítico
Pacientes em tratamento dialítico podem ingerir mais proteína do que nos estágios avançados do tratamento conservador. Isso porque, durante a diálise há uma perda proteica significativa.
No entanto, é preciso controlar os níveis de fósforo. Dessa forma, é melhor evitar laticínios, frutos-do-mar, alguns tipos de peixes (como atum, salmão, bacalhau e sardinha),miúdos, embutidos, oleaginosas, chocolates, refrigerantes, gema de ovo e alimentos industrializados, em geral, pois os conservantes são ricos em fósforo.
Outra medida importante é controlar os níveis de potássio. Para isso, recomenda-se preparar os legumes e as verduras cozidos em água fervente e desprezando o caldo. São opções de vegetais com níveis menores de potássio:
- abóbora, abobrinha, acelga, batata, berinjela, brócolis, chuchu, couve-flor, couve-manteiga, espinafre, mandioca, mandioquinha, quiabo e vagem, entre os legumes
- alface, agrião, almeirão, escarola, pepino, pimentão e repolho, entre as verduras;
- abacaxi, acerola, ameixa, banana-maçã, caju, caqui, jabuticaba, laranja lima, lima-da-pérsia, limão, maçã, manga, melancia, morango, pera, pêssego e pitanga, entre as frutas frescas.
Também é importante evitar alimentos ricos em sódio. É o caso, principalmente, dos produtos ultraprocessados.
Em relação aos suplementos, é preciso tomar calcitriol para transformar a vitamina D em sua forma ativa e, assim, manter os níveis de cálcio e fósforo adequados. Também é necessário tomar eritropoietina e sulfato ferroso.
Quais são as principais restrições alimentares?
Pacientes renais crônicos, estejam em tratamento conservador ou dialítico, não devem comer carambola. Isso porque, além de ser rica em potássio, ela contém uma substância tóxica que pode provocar incômodos leves (como soluços) ou até levar a óbito. A restrição, vale destacar, serve tanto para a fruta como para o suco.
No mais, deve-se excluir, ao máximo, os alimentos ultraprocessados da rotina alimentar. O mesmo vale para as opções muito salgadas.
Como a alimentação influencia a qualidade de vida?
Para pacientes em tratamento conservador com TFG > 60 ml/min, a alimentação adequada visa retardar a progressão da doença e prevenir complicações. Ao mesmo tempo, objetiva manter o estado nutricional equilibrado.
Já para aqueles com TFG < 60 ml/min, a dieta adequada, além dos objetivos citados, busca minimizar os sintomas urêmicos. É o caso das náuseas, da perda do apetite e da sensação de fraqueza.
Em pacientes em tratamento dialítico, objetiva-se evitar a desnutrição e, ao mesmo tempo, o acúmulo de potássio, fósforo, ureia, sódio e água no organismo. Em excesso, eles podem provocar problemas como inchaço, redução do volume de urina, cansaço excessivo, fraqueza nas pernas, coceira no corpo, palidez, entre outros incômodos.
É preciso ter o acompanhamento com um nutricionista?
Com certeza! O nutricionista especializado na área é quem prescreve a dieta para pacientes renais, bem como os suplementos, de acordo com as necessidades individuais. Como mostrado, seguindo suas orientações, assim como as do nefrologista responsável, pode-se retardar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida!
Em caso de dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato. A Clinirim conta com uma equipe multidisciplinar à sua disposição!